O Casteo - Dois Mundos Em Conflito

quarta-feira, 15 de maio de 2013

O Poder Terapêutico da Escrita


Postado por  Eilan
Eu, como todos sabem, abri meu blog recentemente. Tal iniciativa deixou minha psicóloga e minha psiquiatra muito empolgadas, pois foi um caminho, uma rota de luz que eu encontrei para tentar lidar com minhas descobertas e sofrimentos causados pelo TPB. Resolvi falar sobre isso ao constatar o efeito positivo que escrever me trouxe e compartilhar os ganhos deste ato, para borderlines, bipolares, TDAHs, depressivos, "normais", enfim, para todos que precisam.
Escrevendo sua rotina
Se você acha que um blog é se expor demais, porque não escrever um diário? As vezes muitas coisas acontecem no nosso dia-a-dia, mas nosso costumeiro vazio não nos deixa enxerga-las. Talvez, escrevendo e relendo o que se passou em sua semana, você vai perceber tudo que se passou e talvez conseguir analisar melhor, caso tenha sido algo ruim, suas reações e consequências delas.
Escrever sobre nosso sentimentos também nos faz liberar, nem que seja pro papel ou pra tela de um computador, tudo aquilo que guardamos por acharmos que ninguém nos entende. Já conversei com alguns borders que tem a mesma aflição: não ser compreendido. Muitas vezes não somos mesmo, porém escrever talvez seja uma forma de colocar pra fora aquilo que ninguém mais pode saber. Lendo depois, podemos constatar que: melhoramos ou pioramos, mas baseados em fatos podemos lidar melhor com isso.
Memória de Elefante?
Pois é, não temos uma memória que registre todos os pormenores de nosso cotidiano. Um detalhe pode passar desapercebido ao desabafar na terapia ou quando analisamos algum sofrimento. Ao escrever diariamente, não perdemos nenhum ponto, sabemos bem a ordem cronológica dos fatos e isso com certeza ajuda. eu, por exemplo, cheguei a conclusão que minha gastrite nervosa (que resultou num semi-internamento) foi causada por fatos que ocorreram durante a semana (como a leitura daquele email fatídico do meu ex, que resultou em uma crise). Isso pensando no que escrevi aqui.
Quando registramos algo por escrito também nos ajuda a memorizar. Quem nunca estudou para uma prova refazendo anotações?
Contando um conto.
Escreva crônicas. Eu mesma recorri a este recurso quando não queria falar abertamente "então eu peguei a gilete, me cortei, vi o sangue caindo e fiquei bem feliz.". Usei de uma linguagem lúdica na qual contava a mesma coisa, porém com palavras mais elaboradas. Passei a idéia e ainda exercitei a redação.
Mantendo contato
Achamos que somos únicos no mundo. Ao enxergar nosso reflexo com olhos de border, tendemos a nos rotular de loucos, afinal, quem sofre desse jeito? Quem se corta assim? Muita gente. E é o que estou aprendendo cada vez mais com a vivência do blog. Ainda por cima consigo ajudar algumas pessoas. Então, entre num grupo, numa comunidade do Facebook, escreva e-mail, escreva pra mim, relacione-se, que vais descobrir pelo menos que existem muitos mais iguais a ti. Isso alivia. Ou não somos afinal, ETs, ou há uma porção de homenzinhos verdes por aí.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

O Eneagrama e o Maha Lilah



Alguns simpatizantes alegam que o Eneagrama (do grego Ennea = nove e grammos = figura ou desenho) é um antigo sistema de sabedoria, criado há cerca de 2500 anos (autores situam sua origem entre 3.500 e 2.000 anos atrás), provavelmente no Egipto. Seu conhecimento foi mantido sigiloso durante muitos séculos.
Este sistema descreve a queda e a ascensão possível da consciência humana, segundo nove padrões. Mais especificamente, descreve como, segundo nove padrões, a perda de Virtudes humanas gera paixões ou vícios emocionais; como a perda de Ideais Superiores cria fixações mentais; e como a perda do Instinto Puro leva à construção de estratégias instintivas de sobrevivência em três âmbitos: auto-preservação, social e sexual (chamados de subtipos ou variantes instintivas, conforme o autor).
De acordo com o eneagrama, todos nós temos um pouco de cada uma delas, de acordo com a situação. Entretanto, cada um de nós escolheu e desenvolveu uma delas como espada. Cada pessoa, assim, pode possuir traços dos nove pontos do Eneagrama, mas possui apenas um Tipo, que não muda. Existe, entretanto, evolução dentro de cada Tipo, em seus diferentes níveis de desenvolvimento e consciência.
Muitas pessoas que conhecem o Eneagrama concluem que ele é um sistema altamente profundo e preciso na descrição de comportamentos humanos. Mais do que uma tipologia, o Eneagrama é um mapa que mostra caminhos possíveis da evolução de nossa consciência, ou seja, da superação da paixão e da fixação de nosso tipo no Eneagrama.
Com o tempo, o Eneagrama vem se tornando mais conhecido por muitas pessoas e aplicado com sucesso por pessoas, grupos e importantes organizações. Quando bem aplicado, este sistema promove aceitação própria e aceitação mútua e orienta pessoas em seus caminhos de desenvolvimento pessoal, profissional e espiritual.
Existem inúmeros testes de Eneagrama formulados por diferentes autores, os quais traçam uma hipótese inicial do tipo. A maior parte das "escolas" de Eneagrama entendem que a identificação do tipo deve ser feita pela própria pessoa, a partir de exercícios de auto-observação.
O eneagrama foi uma idéia originalmente trazida por G.I.Gurdjieff para o Ocidente (principalmente França e Alemanha), após 20 anos de peregrinação pelo Oriente. Mais que trazer uma visão dos tipos humanos representa um esquema para a compreensão de todos os fenómenos envolvendo a humanidade. Em 1970, o Eneagrama foi transmitido por Oscar Ichazo para um grupo de pessoas recrutadas principalmente pelo Psiquiatra Chileno Claudio Naranjo e reunidas na cidade de Arica, no Chile. Claudio Naranjo e outros participantes deste grupo transmitiram este conhecimento para outras pessoas nos Estados Unidos e em centros específicos da América do Sul. Diversos estudos e escolas de Eneagrama surgiram e passaram a explorar este conhecimento antigo e desenvolvendo aplicações bem sucedidas na Psicologia, na Espiritualidade, no mundo dos negócios, nas artes e em diversos outros campos do conhecimento.
A International Enneagram Association (IEA) - conglomera profissionais e entusiastas do Eneagrama de todo o mundo. Para referências brasileiras sobre Eneagrama.


quinta-feira, 28 de junho de 2012

Toda Cura verdadeira é auto-cura


Arquivo publicado na Revista Veja

Entrevista: Paulo de Tarso Lima
Postado em 09/06/2010

Não é habitual ouvir um médico respeitável, de uma instituição de saúde modelar, falar sobre o papel da energia do corpo humano e da religião no caminho para a cura. É justamente o caso do cirurgião Paulo de Tarso Lima, coordenador do Departamento de Medicina Integrativa e Complementar do Hospital Albert Einstein, de São Paulo.
A medicina integrativa é uma prática em ascensão. Surgida nos Estados Unidos na década de 1970, une a medicina tradicional oriental, com sua abordagem holística, e a ocidental, apoiada na produção científica e na tecnologia. A reunião tem revolucionado a busca pela cura de doenças como o câncer. "A idéia não é excluir nada, mas juntar tudo e mostrar que a pessoa é detentora da capacidade de cura da própria doença", afirma Lima, que estudou a medicina integrativa na Universidade do Arizona (EUA) e cursa o primeiro ano da Barbara Brenner School of Healing, na Flórida, onde a cura é perseguida a partir do estudo da energia humana.
O médico é também autor do livro Medicina Integrativa - A Cura pelo Equilíbrio. Na entrevista a seguir, ele explica os fundamentos da medicina integrativa e aposta que a prática vai se espalhar por aqui por razões econômicas - por ora, apenas alguns hospitais e somente cinco universidades brasileiros se dedicam ao assunto.

Afinal, o que é medicina integrativa?

É um movimento que surgiu nos Estados Unidos na década de 1970 e que começou a ser organizado com mais rigor na década de 1980, quando entrou para as faculdades de medicina. Hoje, existem 44 universidades americanas ligadas à pratica, que traz uma visão mais holística da pessoa no seu todo: corpo, mente e espírito. O que buscamos é oferecer uma assistência com informação e terapias que vão além da medicina convencional para ajudá-la a se conectar com a promoção de saúde. Eu não tenho a menor dúvida de que a medicina convencional é extremamente efetiva em se tratando de doença, mas saúde não é apenas ausência de doença.

Que terapias são essas?

Sistemas tradicionais como a medicina chinesa e indiana nos oferecem uma gama de alternativas, como acupuntura, Reiki, yoga, entre outras, que trabalham a energia do nosso corpo, estimulando uma reação aos sintomas das doenças. A idéia desse movimento não é excluir nada, mas juntar tudo e mostrar que a pessoa é detentora da capacidade de cura da própria doença. Isso é uma mudança de paradigma, porque a possibilidade de voltar ao estado saudável não é algo dado à pessoa, mas é algo inato a ela.

Qual a explicação para só agora a medicina integrativa despertar interesse de médicos convencionais?

Há duas razões: a demanda dos pacientes e a produção acadêmica, que cresce a uma velocidade muito alta. Se entendemos como as coisas funcionam, sabemos que é seguro.

Qual a situação da prática no Brasil?

Estamos em uma situação de dualidade. Os alinhados à prática muitas vezes não usam a medicina convencional de maneira integrada, e os convencionais não usam a medicina integrativa. Temos no Brasil um movimento diferente dos Estados Unidos, menos acadêmico, mas que vem crescendo graças a uma portaria de 2006 que autorizou procedimentos de acupuntura, homeopatia, uso de plantas medicinais e fitoterapias no Sistema Único de Saúde (SUS).

E por que a resistência dos médicos convencionais?

Eu não entendo. Estamos falando de energia e não precisamos ir muito longe para provar que energia corporal existe. A partir do momento que temos uma mitocôndria que produz energia dentro de cada célula, e isso é ensinado no primeiro ano de medicina, não há o que discutir. Temos energia no corpo, e pronto. O curioso é que muitos exames hospitalares rotineiros são baseados em mensuração do campo energético do corpo, como a ressonância magnética, o eletroencefalograma e outros mais sofisticados. Mas se você falar para um neurologista sobre a manipulação da energia do corpo, ele pira.

Por quê?

Porque entramos em um outro ponto da discussão sobre a energia humana, que é a interface com a religião. Estamos vivendo em uma nova fronteira em que se tenta entender essa energia, como ela é produzida, como pode ser manipulada e conduzida. E isso tem um impacto importante na questão da espiritualidade. Por isso, se algum paciente meu acha conforto na religião, se ele se sente bem assim, eu o estimulo a praticá-la.

E como se medem os resultados da medicina integrativa?

Começamos a medir os resultados pelas questões econômicas. A Prefeitura de Campinas, em São Paulo, registrou uma redução substancial de uso de analgésico dentro do SUS ao oferecer terapias ligadas à medicina chinesa focadas na questão ósseo-muscular. Além disso, tem uma série de trabalhos acadêmicos ligados à genética provando que a qualidade de vida produz efeitos na expressão genética da doença. E uma nova fase de trabalho investiga se uma gestante, cujo feto apresenta uma expressão genética de determinada doença, pode ajudar seu bebê se tiver uma gestação muito cuidadosa.

Como isso seria possível?

O homem carrega no seu código genético informações de doenças que podem ser a causa de sua morte. Isso já é provado. Só que você pode ter a característica genética da doença e não desenvolvê-la, ou tê-la precocemente. Isso vai depender da qualidade da sua vida. Comer bem, respirar melhor, praticar atividades físicas, lúdicas e contemplativas são fatores muito importantes ligados à qualidade de vida e que vão provocar um impacto no nosso bem-estar e, consequentemente, na resposta do corpo às doenças já estabelecidas e àquelas que estão programadas para acontecer. O Prêmio Nobel do ano passado de Medicina (dividido entre os pesquisadores Elizabeth H. Blackburn, Carol W. Greider e Jack W. Szostak) mostra que, se há uma importante mudança nutricional e de práticas contemplativas, há uma diminuição da expressão de câncer de próstata em determinados grupos de homens.

As pessoas, em geral, estão mais abertas para as práticas alternativas?

No Brasil, entre 45% e 80% dos pacientes diagnosticados com câncer utilizam algum tipo de terapia "alternativa" em conjunto com o tratamento. Nos Estados Unidos, 13% das crianças e 55% dos adultos saudáveis utilizam tais práticas.

O senhor acredita que essa corrente ganhará espaço no futuro?

Acredito. Não por razões humanitárias, mas por uma questão econômica. Afinal, a forma como a medicina é praticada atualmente implica altos custos. Não posso prever, porém, quanto tempo isso vai demorar, porque o convencimento dos profissionais a respeito do assunto exigirá um longo trabalho.

sábado, 19 de dezembro de 2009

PREFÁCIO

O Castelo não é como poderia parecer em principio, apenas um livro de fantasias e aventuras. Nele o autor trata com propriedade dos conflitos da alma humana e da eterna luta a que todos estamos sujeitos, entre o bem e o mal.

Numa batalha difícil, estratégica e vitoriosa, John Edward Constantin III enfrenta crenças, tabus, preconceitos, para emergir num mundo mais humano, justo, sensível e saudável.

Seus desafios são também nossos. Cada pessoa no processo de individuação e amadurecimento tem a tarefa de conhecer e enfrentar forças que a impedem de desenvolver-se plenamente.

Todos nós temos nossos castelos. Situações familiares ameaçadoras, conflitos internos, medos, baixa auto-estima, falta de apoio, boicotes. Nosso drama começa quando nos damos conta que somos prisioneiros destes castelos.

Por falta de ferramentas, clareza, oportunidade ou coragem, muitos se perdem, não encontram saídas, sucumbem, desistem da luta, acomodam-se. John, ao contrário, com astúcia, coragem, ousadia e determinação encontra os meios para escapar da prisão.

A trajetória vitoriosa de John inspira-nos a entrar no núcleo de nossos dramas pessoais, sentir e compreender a natureza das forças que nos movem e nos aprisionam, para então sermos capazes de exorcizar os fantasmas do passado e sermos finalmente livres para viver a nossa vida.

João Drummond, como artista enfrentou com coragem crenças e preconceitos, para expressar-se através da poesia, contos, romances, artigos. Abriu portas para si mesmo e encorajou pelo exemplo novos artistas a assumirem seus talentos.
Seu livro é uma oportunidade de reflexão e também um chamado para adotarmos, assim como seu personagem, um estilo de vida autêntico, sensível, profundo.

Denise Mascarenhas
Denise é psicóloga, instrutora de oratória do SENAC, facilitadora de Biodança, criadora e diretora do Grupo Expressando, autora do Livro, “Da Timidez à Expressão de Si Mesmo”.